Patrício Junior, presidente do Porto Itapoá, foi um dos convidados do Conselho de Diretores da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina) para apresentar os resultados operacionais do Terminal, bem como as perspectivas da empresa para os próximos anos. A apresentação ocorreu em reunião do citado Conselho, realizada na última sexta-feira, dia 21 de novembro.

Foi destacado o rápido avanço do Porto Itapoá em seus três anos de operação, fato que o consolidou como o quinto maior movimentador de contêineres do País, de acordo com a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

Patrício, ao citar a expectativa do Terminal para os próximos anos, apresentou os principais desafios do setor, dando ênfase ao investimento na infraestrutura do País, que ele considera ser imprescindível para o crescimento da economia.

Outro ponto levantado pelo presidente do Porto Itapoá foi o projeto da malha ferroviária catarinense. Ele explicou que o valor a ser investido pelo Governo Federal é um dos maiores do setor no Brasil. Esse investimento é bastante relevante para o estado catarinense, que concentra boa parte de sua produção agrícola no Oeste. Todavia, para Patrício, o traçado da ferrovia não pode beneficiar um porto, em detrimento de outros. Ele considera que a rota prevista para sair de Dionísio Cerqueira e chegar em Itajaí deveria utilizar a malha ferroviária já existente no Planalto Norte, ligando Mafra a São Francisco do Sul. A contemplação de Itajaí poderia ser analisada com um traçado ligando o ramal ferroviário de Jaraguá do Sul até Itajaí ou Navegantes, com menos de 100 km de linha férrea.

Uma malha ferroviária exclusiva para contêineres não é a opção mais viável financeiramente, segundo Patrício. As principais movimentações nas ferrovias sempre foram cargas em granel e, apesar de Santa Catarina contar com cinco portos, apenas São Francisco do Sul possui terminais portuários para granéis.

Patrício também citou a Ferrovia Litorânea, projeto que analisa a possibilidade de ligar os cincos portos catarinenses. Para ele, nenhum porto envia suas cargas para os seus concorrentes. Por outro lado, o presidente do Porto Itapoá acredita que funcionaria como alternativa ao transporte de ageiros na saturada BR-101, ligando o Sul Catarinense ao Norte do Estado. Um trecho de quase 500 km poderia ser feito em até duas horas.

O objetivo do Porto Itapoá, em 2015, é iniciar o seu projeto de ampliação. Para isso, aguarda a liberação da licença ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).