Gostaria apenas de acrescentar um comentário que aliás ouvi do próprio autor da matéria. A comentada lei não faz o governo gastar mais, pelo contrário economiza mais. Isto porque é dever do ministério da cultura promover a cultura em todos os níveis com exposições, shows, apresentações teatrais e outras formas, que ele transfere aos artistas. E se ele fosse fazer tudo isto através do ministério com seus próprios recursos materiais e humanos não alcançaria fazer nem 10% do que se movimenta hoje através do empenho dos próprios artistas. Pergunto: quem monta os projetos? Não é o ministério - ele apenas avalia. Quem vai atras dos patrocínios e dos recursos para o projeto? Não é o Minc que neste campo não se envolve. Quem prepara os artistas, financia os ensaios em fim todo um elenco de providências até que as apresentações venham ao público? O Minc. não se envolve. Em fim quem faz tudo acontecer é o autor do projeto e seu patrocinador e nem vai mexer no orçamento do próprio Minc. Por lei o ministério nem pode incorporar estes recursos orçamentários no orçamento próprio, por isto acaba sobrando por que faltam atores da população civil que se interessem pela cultura e se dispõem a buscar estes recursos para suas comunidades. Falta consciência da comunidade de que estes recursos podem ser retidos na própria comunidade em vez de sumir nos mensalões de Brasilia.
Que tal uma sugestão? Mantemos os incentivos a cultura que é uma quinquilharia em relação a outros incentivos e começamos cortando as emendas orçamentarias dos parlamentares que representa muito mais gasto e também é uma forma de democratização do orçamento. Já que é esta democratização que está levando o pais a falência. Sugiro ainda que demos uma olhadinha na diferença entre outros avanços democráticos que estão na mira do salvadores da pátria: O bolsa família (diga-se de agem susceptível a críticas mais sérias) é em torno de 28 bilhões. Já o bolsa empresário que envolve centenas de formas de subsídios fiscais a muitos setores da economia muito bem servidos como os bancos e o agronegócio somam em torno de 270 bilhões.
Concluo que abrir mão da lei seria abrir mão de todo um contingente de pessoas que estão trabalhando para o ministério praticamente sem custo. Por isto não pode ser considerado uma medida que vai gerar economia ao poder público, pelo contrário vai onerar mais caso queira manter os programas culturais em andamento. 3zm4f
Sim .É verdade se fores pensar que cada projeto envolve no mínimo três funções básicas um artista, um gestor cultural e um captador de recursos. Se pensarmos que 2015 foram 5451 aprovados são no mínimo 15000 funcionários trabalhando em prol da cultura. É claro que existem projetos que envolvem muito mais gente e parcerias. Devemos pensar também ao contrário do que se posta por aí que o dinheiro não vai pro bolso de um artista mas para o cumprimento de um objeto, show, livro, apresentações, preservação de patrimônio histórico, etc. e isso movimenta todo o setor de produção, comércio e prestação de serviços direta e indiretamente relacionados com este objeto. Felizmente, o governo provisório voltou atrás quanto ao nosso direito conquistado mas ainda não me convenceu da sua intenção de trabalhar em prol da cultura. Eu aceito a sugestão só vai ser difícil os políticos aceitarem. Rssrsr. Abs.
PROFESSOR MUTTI!
MESMO NO ÁRIDO TERRENO DAS PALAVRAS O TEXTO É ESCLARECEDOR E BRILHANTE, PARABÉNS!
Obrigado Dante pelo elogio e pela leitura.
Em tempos onde opiniões e boatos tem maior credibilidade do que análises aprofundadas de quem se dedica realmente a Cultura como você Mutti, espero do fundo do coração que sua coluna seja um divisor de águas e comecem a prestar mais atenção nas políticas que estão dando certo para nosso país. Hoje ficou fácil falar sem ter conhecimento de causa, o contrário do que vêm fazendo aqui nessa coluna. Parabéns, continue assim esclarecendo as pessoas pois para espalhar mentiras a internet está cheia.
Sim, há tempos a cultura da opinião de massa no lugar do argumento vem prosperando. Essa situação já era uma realidade o que acontece é que nesses últimos meses ela se tornou mais evidente. Cada vez que publico um artigo também tenho a esperança que a partir dele se busquem outros semelhantes, de outras diversas áreas, para se opinar ao menos com conhecimento de causa. No entanto sabemos que este é um solo árido e desabitado, mas não podemos deixar de fundamentar e compartilhar nossas opiniões para ao menos, mesmo que na maioria das vezes sem refletir verdadeiramente sobre elas, as pessoas saibam que elas existem, que existem pessoas que buscam fundamentar o que dizem, e que existe algo que não está de acordo com o senso comum. Não me deixe só, precisamos comentar, postar e colocar nosso ponto de vista de maneira educada, racional e com sensibilidade humanística. Obrigado pelo comentário e pela leitura. Abs.
Excelente seu texto, Mutti, e muito esclarecedor. Infelizmente a evidência de que as pessoas têm preguiça de pensar e vão sempre na estória dos outros é corretíssima. Vemos isso na própria história política, cultural, educacional. Vemos isso no dia a dia dos educadores e educandos. Vemos isso nos vizinhos e amigos que não se dão ao trabalho de ouvir nossa opinião, mas já desandam uma opinião pré-definida pelas redes sociais. Porém, as opiniões não significam nada se não tiverem informações coerentes e bem estudadas. Mas quem se dá a esse trabalho? Poucos!!!
Olá Rita, muitíssimo obrigado pela leitura e pelo elogio ao texto. Sim, é verdade, estamos perdendo o poder de ouvir o outro, de nos abrirmos para a reflexão e assim abrir mão de nossas certezas. Acredito que isso seja uma tendência da época devido ao mau uso dos meios de comunicação que estão a nossa disposição. Enfim, o que podemos fazer é quando virmos uma postagem ou opinião sem fundamento cobrar e questionar a veracidade destes. Perguntar quais as fontes, questionar as conclusões apressadas, as generalizações, enfim. Em outra frente é compartilhar os textos que tem fundamentos, desmascarar as mentiras que são postadas. Precisamos nos colocar não com agressividade mas educadamente colocando nossa posição e respeitando até a posição daqueles que não nos querem ouvir. Mesmo sem ouvir eles vão saber que existem posições diferentes da dele, e mesmo sem entender e refletir sobre saberão que essas posições tem fundamentos, dependendo do caso, se se tratar de mera repetição de opinião plantada nas redes, elas tem com certeza mais e melhores fundamentos que estas. Mais uma vez obrigado pela leitura e é muito legal saber que, ao contrário dos que não querem (ou não sabem) ouvir podemos conversar e discutir sobre esses assuntos tão relevantes para todos. Abs.