Tenente Rogge: estamos em 14 bombeiros militares e temos os bombeiros comunitários, mas o comunitário é um trabalho voluntário. Eles não têm escala fixa. Dos 14, sempre tem algum de férias, porque a gente não pode tirar férias em dezembro, janeiro ou fevereiro [temporada de verão], e o militar tem o direito de licença a cada cinco anos, quando pode tirar mais um mês. 1g1c1

IN: o número de pessoal no Corpo de Bombeiros local é adequado à demanda da Cidade?
Tenente: o número não está adequado, mas não é uma situação de Itapoá. O Estado inteiro está assim. Há uma turma [no Estado] que está se formando em novembro. São 300 novos soldados, mas já estava há mais de dois anos sem formação. Não vai suprir a falta, porque mais gente se aposentou do que se formou. Vai dar um respiro, mas não resolve o problema. Deve vir algum soldado pra cá, não temos nenhum posicionamento ainda, mas no mínimo um vem.

IN: a estrutura física é adequada?
Tenente: o quartel é um problema, porque a edificação é bem antiga. Dizem que já foi Prefeitura e Delegacia. A construção está abaixo do nível da rua e quando chove muito, alaga e não tem o que fazer. Temos uma reserva [financeira] considerável, mas ainda não é suficiente para reformar o quartel, mas vamos fazendo por partes. Ainda temos algumas pendências com relação ao terreno, mas a princípio, não é muito difícil de resolver. Assumi aqui com esse objetivo.

IN: a localização é adequada?
Tenente: considerando que a maioria das ocorrências é em Itapema, eu acho que é bem localizado, mas temos dificuldade nas ocorrências que são na Barra do Saí. Para o Pontal, vamos pela rodovia e não tem erro, chega rápido, mas na Barra é complicado. É muita lombada. Pelo tamanho da Cidade, não chega ser um problema tão grande.

IN: de onde vem a receita para as reformas e aquisições de equipamentos que vocês precisam?
Tenente: a receita dos bombeiros vem de três fontes. Arrecada-se com vistorias às edificações, ree da Prefeitura e doações da comunidade, através da conta de energia elétrica. Com isso, conseguimos sobreviver. As taxas são definidas por um decreto estadual. Por mais que a gente faça a cidade inteira, não conseguimos suprir nossas necessidades de manutenção e investimentos só com elas. Então, o ree da Prefeitura é fundamental para fecharmos no azul. Só que esse ree nem sempre vem. Comparecemos [recentemente] em uma votação na Câmara para brigar por ele. Como a taxa da vistoria é de acordo com a metragem quadrada da edificação, os municípios maiores conseguem sobreviver por si só. Aqui, como é menor, dependemos do ree.

IN: quais as principais ocorrências atendidas pelos bombeiros em Itapoá?
Tenente: 70% das ocorrências é atendimento pré-hospitalar, mal súbito, que é quando não tem trauma. É grande a qualidade do nosso pessoal, que trabalha, prepara-se, aprimora-se e se dedica à comunidade. A gente só não faz mais, porque não temos mais efetivo.

IN: mais alguma consideração que você gostaria de fazer sobre o seu trabalho e o do Corpo de Bombeiros Militar de Itapoá como um todo?
Tenente: a gente não quer trabalhar com ocorrência, mas temos que trabalhar com a prevenção. Hoje em dia, é muito difícil dar um incêndio grande em uma edificação comercial, por exemplo, tendo em vista que ali há todos os sistemas necessários para que o incêndio seja combatido logo no início. O que temos de incêndio grande é em residências unifamiliares, em casas de madeira, porque até o bombeiro chegar lá, [o fogo] já tomou conta. Temos a questão da praia, que chamávamos de salva-vidas, porque ele deixava o cara lá quase morrendo para ir salvar. Mudou o nome para guarda-vidas, justamente pra fazer a prevenção. Ele tem que estar andando na beira da praia, prevenindo. A gente costuma falar que o acidente ocorre onde a prevenção falha, seja na praia, em uma edificação ou no trânsito. Quanto mais trabalharmos na prevenção, menos a gente atua no final. Quanto mais segura for a comunidade, melhor para todo mundo.

Foto:Julio Penteriche/Praia de Itapoá

Leia também: 1i525

Luana Cristina

Jornalista pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí), já trabalhou em veículos de comunicação em Santos (SP), editoras de revistas de Balneário Camboriú e Itajaí. Atualmente, integra a equipe de jornalismo do site Tribuna de Itapoá e do jornal impresso Itapoá Notícias.

Share
Published by
Luana Cristina
Tags: alexandre-de-mello-roggecorpo-de-bombeiros-militar-de-itapoaentrevistaguarda-vidasitapoatenente-rogge
7 anos ago

Recent Posts 6pd2i

Criminosos rendem caminhoneiro em Garuva e roubam carga após levá-la até ville 6aw2i

Na madrugada desta quarta-feira, dia 04 de junho, um caminhoneiro de 25 anos foi rendido…

7 horas ago

Porto Itapoá realiza campanha de doação de sangue em parceria com Prefeitura e HEMOSC 2f4uh

O Porto Itapoá, em parceria com a Prefeitura Municipal de Itapoá e o HEMOSC (Centro…

1 dia ago

Polícia de Itapoá prende homem condenado por tráfico e investigado por tentativa de estupro 706c2r

A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Polícia de Itapoá, prendeu…

2 dias ago

Itapoá promove Semana do Meio Ambiente com programação gratuita de 2 a 7 de junho 2b4957

A Prefeitura de Itapoá, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, realiza entre os dias…

3 dias ago

Menina é atacada por pitbull solto em via pública no Centro de Garuva 6t5i3u

Uma criança foi atacada por um cachorro da raça pitbull no fim da tarde dessa…

4 dias ago

Itapoá promove Conferência da Cidade no dia 14 de junho 104t50

Evento ocorrerá na Câmara de Vereadores e faz parte das etapas preparatórias para a Conferência…

5 dias ago

This website uses cookies.